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O lado transformador da EJA e do EAD.


A Educação sempre foi pensada, na essência, como algo universal. No entanto, no ponto de vista institucional, foi manipulada para ser coercitiva e excludente. Ao barrar algo inerente ao ser humano, o que é mais bonito na educação se perde, e é preciso novas estratégias para que ela ainda consiga exercer sua força transformadora na sociedade.

Ao longo da evolução educacional, foi preciso tentar reverter a situação descrita acima. Por isso, modalidades foram criadas para suprir a grande desigualdade ligada ao ensino. Por muitos anos, pessoas de camadas sociais mais baixas não tinham, infelizmente, o direito fundamental de frequentar uma sala de aula. Assim como, sabemos, muitas pessoas que moram em lugares afastados da capital de seus estados não conseguiam ir à escola, pois elas não estavam acessíveis ou não estavam presentes, literalmente falando.

Desta forma, conceitos começaram a mudar a fachada dessa situação. A EJA (Educação de Jovens e Adultos), por exemplo, é a uma modalidade de ensino voltada para alunos que não tiverem oportunidade de frequentar uma escola na idade adequada. Qual a história dessa modalidade de educação? Na trajetória do ensino voltado a adultos, projetos e nomenclaturas apareceram, mas, infelizmente, muitos não sobreviveram. Como é o caso do Fundo Nacional de Ensino Primário em 1942, do Serviço de Educação de Adultos e da Campanha de Educação de Adultos, ambos em 1947, da Campanha de Educação Rural iniciada em 1952 e da Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo em 1958.

Claro, a falta de incentivo financeiro ou burocracias políticas geraram os grandes empecilhos para que pessoas tivessem a segunda chance de acesso a um direito fundamental atrasado. Hoje, as universidades dão suporte profissional, assim como há muitas turmas de EJA espalhadas pelas grandes e pequenas cidades. No entanto, realmente, há eficácia? Claro, muitos problemas surgem: falta de capacitação dos profissionais, baixo orçamento, etc. No entanto, há a possibilidade, o otimismo é vivo e lúcido. É preciso que nós, educadores, continuemos! Muitos adultos necessitam de uma educação voltada às necessidades deles para que fluam, perseverem e conquistem.

Claro, é preciso adequação, planejamento, mas este é o papel de um educador. Principalmente, do educador que tem o privilégio de trabalhar com uma turma diversificada, interessada, necessária como as turmas do EJA. Assim, mudamos, a cada dia, em pequeníssimas proporções a face da sociedade brasileira. Agora, não me leve a mal, mas é necessário muita força para enfrentar o Governo negligente. No entanto, se permanecermos estáticos quais mudanças aconteceriam?

Já o EAD é algo totalmente novo e irreal, correto? Bom, mais ou menos, o filósofo Mário Sérgio Cortella sempre diz que o livro é um ensino à distância, faz sentido, correto? Agora, é claro, é irreal pensar que todos os brasileiros possuem acesso à tecnologia.No entanto, devemos pensar o quanto o computador, por exemplo, se barateou desde a sua invenção.

Bill Gates, fundador da Microsoft, afirmou que computadores seriam vendidos em supermercados e que seriam incrivelmente acessíveis. Na época, foi taxado de louco. Imagine só daqui 40, 50, 60 anos. Tudo estará mais próximo, barato, fácil, o Estado terá ainda mais pressão para subsidiar a oportunidade do ensino à distância. Devemos ser otimistas e pensar na qualidade do ensino a pessoas que não tiveram a sorte de terem acesso ao básico no tempo e/ou lugar corretos. O EAD ou EJA possuem papéis fundamentais para corrigir uma injustiça social, podem ser as muletas de uma educação ainda não perfeitamente igualitária, mas sonhadora.

Baltazar Ferreira Júnior

Atuando como professor e coordenador do núcleo de redação no Kuadro, pré-vestibular EAD, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Mírian Ferminiano Rodrigues

Atuando como professora do ensino superior no curso de Pedagogia. Doutoranda em Ensino de Ciências e Matemática na Universidade Cruzeiro do Sul e concluindo pós-graduação em DI no Senac/SP.

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