Em nossa infância vivíamos perguntando e questionando tudo. Enchíamos nossos pais, avós, professores de perguntas. Queríamos entender tudo. Éramos curiosos.
Com o passar do tempo estas perguntas foram diminuindo. A curiosidade foi diminuindo. Mas, por quê? Acontece que com o passar dos anos fomos ensinados a termos repostas para tudo. Questionar não era mais o correto. Ter a resposta certa sim.
Este artigo não tem a intenção de trazer respostas e soluções de como deve ser um novo modelo de educação, um modelo que realmente atenda às reais necessidade do aluno. Este artigo tem a intenção de nos fazer pensar, refletir, de nos tornar curioso quanto ao tema.
Primeiro, precisamos entender que o aprendizado não é o fim e sim o percurso. Isto o lifelong learning explica bem. Como diz Albert Einstein: “Qualquer um pode saber. Mas o ponto é entender”.
Ainda estamos atrelados a um ensino conteudista. O conteúdo é considerado importante, mas sua aplicação muitas vezes é esquecida. Sim, existem instituições que já trabalham de forma diferente, mas infelizmente, são a minoria.
É importante repensarmos todo o conteúdo ensinado e a forma como é ensinado. E isto não apenas nas escolas básicas, mas no ensino superior também. Onde este conhecimento será aplicado? Ainda ensinamos coisas que nunca são usadas? Será que as habilidades necessárias têm sido trabalhadas?
A educação para o século XXI diz que a educação entrelaça 4 dimensões: conhecimento, habilidade, caráter, meta-aprendizado.
Conhecimento é o que sabemos e compreendemos. Habilidades é como usamos o que sabemos. Caráter é como nos comportamos e engajamos o mundo. Meta-aprendizado é como refletimos e adaptamos.
A simples reprodução do conhecimento não cabe mais. De acordo com a UNESCO: “Os sistemas de educação de qualidade devem preparar os estudantes para que continuamente adaptem suas competências, enquanto continuamente adquiram e até desenvolvam novas competências.
E quais seriam estas competências? Existem várias listas. Vou citar aqui algumas que aparecem com mais frequência:
Flexibilidade Cognitiva;
Pensamento Crítico;
Trabalhar de forma eficaz com os outros;
Comunicar com eficácia;
Cidadão responsável;
Habilidades sociais;
Habilidade de uso das tecnologias de informação e comunicação.
Estas são apenas algumas competências a serem desenvolvidas.
Mas, o que podemos concluir é que muitos conhecimentos que hoje são repassados se tornarão supérfluos ou opcionais dentro de um curto espaço de tempo. O que ficará é a educação que nos ensina a pensar, a desenvolver nossas soft skills, a nos reinventar. A escola do século XXI formará cidadãos que se engajem com o aprendizado e encontrem seu propósito no mundo.
Tudo isto pode parecer muito utópico, principalmente se tratando do Brasil. Mas, na realidade, esta é uma mudança que terá que acontecer, mais cedo ou mais tarde. E vários são os exemplos desta nova educação, mundo afora.
REFERÊNCIAS:
UNESCO: www.unesco.org
Engenheira de Controle e Automação, Mestre em Engenharia Elétrica. Profissional com sólida experiência na Gestão Educacional. Certificada em Inovação e Transformação Digital. Consultora Educacional e Idealizadora do Educação Inovadora.
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