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Você promove a acessibilidade?

"Inclusão é sair das escolas dos diferentes e promover a escola das diferenças"

Mantoan



A diversidade social é um desafio que não podemos mais negligenciar. Além de estar presente em todas as comunidades que transitamos, convivemos também com essas diferenças nos ambientes virtuais de forma acentuada. O que resulta em uma cobrança de postura, exigindo comportamentos inovadores que gerem mais oportunidades e alcance a todos quanto forem necessários.


Se por acaso você ainda não se preocupa em promover acessibilidade no seu dia a dia, talvez seja interessante observar que pequenas mudanças e hábitos simples resultam em grandes resultados na sociedade.







O ponto chave é: se podemos construir um ambiente melhor e acessível a todos, então estamos tornando nosso mundo um lugar melhor. Claro que, o principal é o reflexo social, pois ele atua como exemplo para que também outras pessoas façam dos seus ambientes um lugar de inclusão, mesmo que sejam em simples detalhes.


A propósito, sabemos o que é acessibilidade? A constituição Federal em seu Artigo 5º nos fala que todos somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, resguardando a todos de serem tratados de forma absurda ou vexatória.


Com isso, temos estabelecido o princípio da igualdade que precisa ser incluída por todos legisladores na hora de criar uma lei, em que são respeitadas as diferenças segundo as desigualdades de cada um. Para isso é necessário saber que “dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”. (NERY JUNIOR, 1999, p. 42).


É necessário que seja aprimorada e aplicada a acessibilidade para que a igualdade seja alcançada por todos. Então, toda transformação e adequação do ambiente físico e digital em qualquer aspecto, para quem dele necessite, é promover a acessibilidade.


Sabemos que esse conceito tem se ampliado muito no Brasil, como exemplo, a LBI (Lei Brasileira de Inclusão), que são os conjuntos de normas da pessoa com deficiência, que teve como base um protocolo sobre Os Direitos das Pessoas com deficiência, pela ONU em Nova Iorque, em 2006. Outras resoluções e portarias também reforçam a questão de inclusão e acessibilidade, nas áreas da saúde, transporte, tecnologia e fundamentalmente na educação.


Mas quando falamos em acessibilidade, qual é sua relação com a inclusão? Enquanto a acessibilidade se utiliza de transformações, a inclusão reflete em meios e atitudes para garantir que necessidades não sejam impedimentos de se alcançar bens, serviços, direitos e benefícios que sejam estendidos a todos os indivíduos.


Pensando nisso, propomos algumas dicas de aplicações tecnológicas que fazem a promoção da acessibilidade em algumas esferas sociais. Essa lista de dicas pode simplesmente ser adaptada para diversos ambientes. Veja a seguir:

  • Quando pensamos no ambiente corporativo e educativo, uma ferramenta completa e que promove acessibilidade é o Office 365 da Microsoft. O acesso a essa ferramenta pode ser feita totalmente de forma on-line. Dentro do que podemos chamar de área de trabalho virtual do Office 365, encontramos vários recursos de acessibilidade, como a ferramenta que possibilita ditar palavras, reconhecendo pontuação, disponível no Word. Outro recurso interessante é o leitor imersivo com dicionário de palavras e imagens, fora a tradução de idiomas, para melhorar a comunicação. Está disponível quase que em todas ferramentas do Office. A ferramenta Stream também gera legendas automáticas em português, inglês e espanhol.

  • Outro aplicativo interessante é o “Enable Viacam”. Neste aplicativo, é possível através da câmera mover o ponteiro do mouse a partir da movimentação da cabeça, possibilitando e facilitando o acesso ao computador.

  • Através do aplicativo “LetMeTalk”, é possível fazer comunicação por imagens. Este aplicativo já possui um banco de mais de 9000 imagens e ainda podem ser inseridas outras por meio de fotos.

  • Uma opção para comunicação entre ouvintes e surdos é o “Hand Talk”. Neste aplicativo é feita a tradução do que é falado para Língua de Sinais, muito útil em diversas ocasiões.

  • Para reuniões, séries, cinema, sala de aula entre outros setores, temos o App “WhatsCine”, que permite que os surdos possam acompanhar esses eventos através de legendas ou Linguagem de Sinal, por meio de dispositivos móveis ou óculos de realidade aumentada.

  • Não sei se você sabia, mas o Google BrailleBack possibilita fazer digitação por voz, leituras de telas e traduções em Braille.

  • O aplicativo “Wheelmap” traz diversos mapas e rotas que possibilitam o cadeirante se locomover, podendo também incluir novos lugares ou adaptações novas. Imagina se todos contribuíssem para que esse aplicativo desse todas as rotas disponíveis em todos os lugares possíveis - isso é garantir acessibilidade.

  • Para auxiliar pessoas com o Transtorno do Espectro Autismo (TEA) e Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) ou qualquer condição que afeta as habilidades de comunicação ou sociais, o aplicativo “Picto TEA” auxilia por meio de pictogramas digitais a interação e comunicação.

  • Atualmente, está sendo desenvolvida uma tecnologia capaz de sentir e transmitir cheiros pela internet e aplicativos. Este é o trabalho de pesquisa da neuroengenheira Michele Souza, formada Universidade Federal de Minas Grais (UFMG). Olha que descoberta incrível!


Nunca é tarde para pensar em acessibilidade


Segundo o site da Agência Brasil, menos de 14% das imagens dos aplicativos possuem recursos de acessibilidade. O que significa que diante de todos os avanços no que tange a inclusão e tecnologia, ainda precisamos ter um olhar mais detalhado nesse cenário de inclusão, para garantir a equidade na sociedade. Discussões sobre esses assuntos precisam permear o meio acadêmico e a Educação Básica, esses futuros profissionais, precisarão estar preparados não só para desenvolver tecnologias, mas para adaptá-las.


Por outro lado, o crescimento no Brasil do comércio de equipamentos eletrônicos foi de 68% no ano de 2020 comparado a 2019, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria com a Neotrust. Ou seja, com o aumento da tecnologia a tendência é que a acessibilidade digital ou metodológica também acompanhe essa evolução.


O mercado de trabalho tem dado atenção a essa questão de inclusão, segundo a revista digital No Detalhe (NOD), o número de vagas para trabalho de pessoas com deficiência aumentou 147% e ainda com a garantia de bons salários. Além do fato de que, segundo pesquisa da “McKinsey & Company” as empresas que se preocupam em trabalhar a inclusão e acessibilidade tem tido vantagens competitivas no mercado, com resultados 21% melhores, nos aspectos financeiros se comparado a outras empresas.


Lembre-se de que proporcionar acessibilidade, não depende de grandes eventos ou reformas. Nos detalhes, no olhar e cuidado com o próximo, está a promoção de benefícios. Além de garantir o mais importante, o direito de igualdade.


É possível fomentar a inclusão em pequenos gestos. Não importa seus ambientes de convivências, desde que você faça deles um lugar em que haja inclusão. No contexto histórico, o avanço sobre como interagir com as diferenças passou por várias etapas, momento de exclusão, separação, integração e o último e mais importante estágio, que é a inclusão, para isso, pratique a acessibilidade.



REFERÊNCIAS:






Professor de tecnologia pela Trivium Partner - Microsoft, especialista em educação tecnológica com certificações Google e Microsoft, pós-graduado em Coordenação Escolar pela Universidade Faveni (UniFAVENI) e graduado em Matemática pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Está a mais de dez anos no mercado educacional, ajudando escolas na transformação da educação por meio da tecnologia e da matemática por projetos.


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