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Aprendizagem efetiva de História para novatos digitais.


Uma volta na cidade e veremos jovens de diferentes idades, etnias e classes sociais andando pelas ruas portando fones de ouvido, de cabeça baixa, manuseando seu celular de última geração, se conectando às mais diversas formas de interação online. Em casa provavelmente estarão em frente à um computador realizando ao mesmo tempo diversas tarefas, convivendo e se relacionando com amigos reais e até mesmo virtuais, a esses denominamos nativos digitais

Saiba mais sobre os autores Iverson Barreto e Evelline Soares.

Imagem Freepik

De acordo com Marc Prensky, em seu artigo Digital Natives, Digital Immigrants, os nativos digitais são aqueles que nasceram e cresceram cercados pelas novas tecnologias, ou seja, os que já nasceram em um universo digital, em contanto com a Internet computadores e games. São jovens que falam sem “sotaque”, o idioma digital é a sua língua materna. Já os imigrantes, são aquelas pessoas que aprenderam a usar as tecnologias digitais ao longo de sua vida adulta, e ainda manifestam “sotaques” observáveis na forma como manuseiam os recursos digitais em seu cotidiano.

Esses narivos pensam e processam informações de uma forma diferente do imigrante, para esta nova geração é preciso estímulo, complemento e reflexão, as diferentes experiências vividas devido as TICs os levaram a diferentes interesses e formas de ver e entender o mundo. São acostumados a obter informações de forma rápida e recorrerem primeiramente a fonte digital interagindo nas mais diversas mídias ao mesmo tempo. Além disso tem o hábito de ficarem conectados aos seus pares, ou por meio do celular ou computador, conseguem ter familiaridade com imagens, códigos e símbolos de forma não linear.

No Brasil, temos jovens imigrantes, nativos e ainda o excluído da era digital, ainda assim, não se pode admitir que todo jovem é um nativo da era digital, mas também não se pode desconsiderar que os jovens cada vez mais usam a tecnologia no seu cotidiano.

E é desta forma, que os alunos, nativos digitais, chegam às salas de aula, e se deparam com os professores, os imigrantes digitais, para o estabelecimento de uma relação entre ensino-aprendizagem. Como se sentem os nativos digitais frente a este processo educacional? De que forma as aulas de História se enquadram nesta nova realidade apresentada?

No século XXI, com o surgimento da cibercultura, ou seja, uma nova cultura com o uso do computador, redes e suportes tecnológicos, as práticas e conhecimentos ficam ultrapassados em curto espaço de tempo, a linguagem torna-se hipertextual, as comunicações escritas são mais resumidas e cheias de expressões cifradas, de forma que as palavras são lidas como imagens (PAVANATI, 2011).

E como a História formal tem sua origem vinculada ao surgimento da escrita, abrem-se questionamentos de como os historiadores, profissionais do texto por excelência (Dantas, 2009), conseguem manter esta relação, de forma a se tornar um desafio educacional contemporâneo. Dentro deste desafio observa-se que os nativos digitais apresentam maior dificuldade na linguagem escrita e matemática, já os imigrantes apresentam dificuldade na mídia digital.

Utiliza-la à seu favor, como ferramenta de apoio ao professor, como recursos de multimídia, computação gráfica, coletas de dados para construção de temas históricos, cabendo ao papel do professor, segundo Ferreira (1999), de orientar e mediar a produção do aluno-autor para um desenvolvimento crítico e criativo.

As redes sociais podem também serem aliadas à prática pedagógica do professor, estas são formadas por participantes autônomo que unem os recursos e ideias em torno de interesses comuns, independentemente da posição geográfica, em um espaço de interação e compartilhamento de informações (PIERRE LEVY 1999, apud, SOUZA et BORGES,2009).

Para que isto aconteça é preciso flexibilidade, certa humildade, disposição para aprender, pois o professor com seu saber pedagógico aliado ao tecnológico, é capaz de produzir tecnologias educacionais e por consequência, materiais didáticos, muito mais atrativos e motivadores dos que hoje disponibilizamos.

REFERÊNCIAS

ALVES, Lynn. Game Over: Jogos eletrônicos e violência. 211 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós‐graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2004. Disponível em: <http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/game-studies/files/gs_submission/trabalho_27/trabalho_27.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2017.

ARRUDA, Eucídio Pimenta. Brincando de deus. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, ano 4, n. 4, p. 76-79, fev. 2009.

CARNIELLO, Luciana Barbosa Cândido; RODRIGUES, Bárbara Mônica Alcântara Gratão; MORAES, Moema Gomes. A relação entre os nativos digitais, jogos eletrônicos e aprendizagem. In: 3º Simpósio Hipertexto e tecnologias na educação. Anais eletrônicos. UFPE, 2010. Disponível em: <https://www.ufpe.br/nehte/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2010/Luciana-Barbosa-Carniello&Barbara-Alcantara-Gratao&Moema-Gomes-Moraes.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2017.

COUTINHO, Mariana de Souza; FARBIARZ, Alexandre. Redes Sociais e educação: uma visão sobre os nativos e imigrantes digitais e o uso de sites colaborativos em processos pedagógicos. In: 3º Simpósio Hipertexto e tecnologias na educação. Anais eletrônicos. UFPE, 2010. Disponível em: <http://www.nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2010/Mariana-Souza-Coutinho&Alexandre%20Farbiarz.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2017.

DANTAS, Camila Guimarães. Notas sobre a escrita da História em suporte digital. In: XXV Simpósio Nacional de História - História e Ética. Fortaleza: Editora da UFC, 2009.

FERREIRA, Carlos Augusto Lima. Ensino de História e a incorporação das novas tecnologias da informação e comunicação: uma reflexão. Revista de História Regional. Vol. 4, n. 2, p. 139-157, 1999. Disponível em: <file:///C:/Users/eveline.correia/Downloads/2087-6019-1-PB.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2017.

FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados. Campinas, SP: Papirus, 2003.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999.

MATTAR, João. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

MOURA, Mary Jones Ferreira de. O Ensino de História e as Novas Tecnologias: da reflexão à ação pedagógica. In: Simpósio Nacional de História, 25., 2009, Fortaleza - CE. Anais do XXV Simpósio Nacional de História - História e Ética. Fortaleza: Editora da UFC, 2009.

PALFREY, John; GASSER, Urs. Born Digital – Understanding the First Generation of Digital Natives. New York: Perseus Books, 2008.

PAVANATI, Iandra; SOUSA, Richard Perassi Luiz de. História Digital, Ensino de História e tecnologias de Comunicação Digital. In: XXVI Simpósio Nacional de História- ANPUH. Anais eletrônicos. São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300412565_ARQUIVO_HistoriaDigital_Anpuh2011.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2017.

PRENSKY, Marc. Digital game‐based learning: practical ideas for the application of digital game‐based learning. St. Paul, MN: Paragon House, 2007.

PRENSKY, Marc. Digital Natives, Digital Immigrants. MCB University Press, 2001. Disponível em: <http://www.marcprensky.com/writing/Prensky%20-%20Digital%20Natives,%20Digital%20Immigrants%20-%20Part1.pdf>. Acesso em: jan. 2017.

PRENSKY, Marc. Não me atrapalhe, mãe – Eu estou aprendendo! São Paulo: Phorte, 2010.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2002, p. 54-66.

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