Eis que surge a minha frente a seguinte matéria: “Crianças tomam conta de terrenos baldios e os transformam em jardins, hortas, e áreas de leitura” e logo me interesso pelo texto.
Imagem freepik
O projeto peruano foi republicado pelo site www.globo.com em 04.06.2018 no espaço de Educação do G1 e defende ceder as crianças áreas livres para que elas construam ali seus pequenos refúgios de natureza. Tudo começou com a ideia de um empobrecido morador de Comas (periferia de Lima) Rogelio Ramos Huamán, que já tinha realizado uma experiência anos atrás em sua época de escola, que viu um terreno vazio e abandonado perto de sua casa e resolveu recriar o que já tinha feito quando pequeno.
O rapaz apenas adaptou o trabalho realizado por ele a anos atrás e convidou as crianças locais para ajudarem na proposta para revigorarem os espaços e construírem pequenos jardins com cartazes coloridos e mudas de plantas.
Foram apenas alguns meses e pronto, diversos jardins infantis estavam espalhados pela vizinhança para que a comunidade quisesse ir além. Eles pediram autorização para a prefeitura para ocuparem um terreno de 120m² e o transformaram em um bosque, com vasos de plantas, arvores e bancos para leitura.
Ótimo! Além da incrível capacidade de persuasão desse rapaz em entreter as crianças nesse projeto, o que mais de bom ele fez? Eu me pergunto depois de ler aquele artigo.
E daí me vem uma felicidade inexplicável!! Como que uma pessoa com tão pouco recurso consegue levar adiante um processo que por vezes seria impossível se pensado de cabeça fria? Quão importante é aproveitar a inocência e a boa vontade das crianças em ver um terreno abandonado se transformando em algo tão fantástico?
Fora o benefício social, que gera um bem para todos a volta, não podemos esquecer que essas crianças vão replicar toda essa ação positiva em bem feitorias para suas cidades. Além disso elas passam a ser responsáveis pelo cuidado daquele local, dando valor a sua capacidade de proteção e principalmente de melhorar o mundo.
Em uma proposta dessas temos a oportunidade de oferecer a criança contato com uma proposta sustentável, que envolve pouquíssimos materiais, doações dos vizinhos, materiais recicláveis e principalmente a valorização da mão de obra oferecida por essas crianças.
Sério! Você já parou pra pensar o quanto esse tempo pode ser produtivo para uma criança? Vamos imaginar quantas crianças foram tiradas de casa para a realização de toda essa produção. Quantas deixaram de se contaminar com atividades que não lhe ofereciam nenhum tipo de conteúdo proveitoso?
Quantas escolas no Brasil não possuem espaços pouco aproveitados ou abandonados não é mesmo? Imagine o quanto seria rico para os nossos alunos que eles tivessem contato com esse projeto. Sem dúvida nenhuma se sentiriam mais atuantes no processo de desenvolvimento da escola. Diversas atividades poderiam ser realizadas nesse espaço criado e cuidado pelos próprios alunos.
As nossas crianças guardam um potencial de produção quase nunca incentivado e desenvolvido por parte da escola. Elas poderiam plantar um tempero utilizado na escola ou até mesmo levando uma muda para a casa para fazer um chá para a sua avó.
Todas as vezes que leio uma notícia dessa meu coração se enche de esperança no ser humano. Tomara que muitas e muitas pessoas tenham ideias assim, e junto com elas, que as nossas crianças sejam impulsionadas pela sede de cuidar do nosso planeta transformando o mundo em um lugar muito gostoso de se viver.