Basta uma navegada de poucos minutos entre grupos e páginas de professores para encontrar uma quantidade absurda de erros ortográficos e informações truncadas sobre educação. Logicamente essa questão não se estende à toda classe educadora, muitos professores se dedicam à leitura e ao estudo tanto quanto ensinam. Mas a questão aqui é falar mais sobre professores que não estudam mas ensinam.
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O que mais vemos no mundo escolar é a replicação de conhecimentos, professores escrevem no quadro, alunos copiam. A sala de aula em nenhum momento promove a criação ou a autonomia do aluno. Apesar de alguns movimentos já estarem trazendo essas mudanças, a maioria educacional, ainda utiliza as mesmas formas de ensino. E o professor acaba por ser tornar um “replicador” de conteúdos igualmente, utiliza os mesmo planos de aulas e métodos de ensino anos após anos e não vê ali possíveis problemas de aprendizagem.
Apesar de muito se falar em educação continuada e programas de capacitação do formador, profissionais da educação pouco leem e pouco estudam. É comum ver universitários futuros professores lendo muito pouco na faculdade e menos ainda após a formação. Provavelmente essa falta de leitura venha de gerações a gerações educacionais, uma escola que não estimula a leitura, que forma alunos sem esse hábito, que crescem profissionais sem esse hábito. E quando não se gosta de ler, não se gosta de escrever, nem estudar. Torna-se um círculo vicioso.
Muito dessa questão se dá devido o baixo poder aquisitivo, uma das explicações para o pequeno volume de leitura do professorado. Em estudo de 2001, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), 41% dos docentes afirmaram ler ao menos um livro por mês, 34% deles eventualmente lêem e 25% não responderam ou não costumam ler.
Segundo pesquisa publicada no livro letramento no Brasil, realizada em 2001, com 2 mil pessoas de 15 a 64 anos, 69% dos brasileiros dizem que nunca vão a bibliotecas. Quando indagados sobre as pessoas que mais influenciaram o gosto pela leitura, 37% dos entrevistados creditaram o hábito a um professor, 36%, às mães. Os dados, levantados pelo Instituto Paulo Montenegro – entidade ligada ao Ibope – e pela ONG Ação Educativa, dão uma amostra da importância do educador nesse processo.
Pensar que vivemos num mundo educacional que mostra evolução contínua, permeada pelas tecnologias educacionais, que exigem atualizações constantes nos formadores, assusta quando vemos que um grande número de profissionais da educação não estão se preparando para essa mudança. Como aplicar aulas adequadas aos novos tipos e metodologias tecnológicas, se não há estudo nessa área para esses profissionais de pouca leitura, e, se o sistema de aulas definidos por esses continuam intactos, depreciando a cada dia?
Definitivamente, o profissional que não criar novos hábitos, aderir ao estudo e remodelar suas formas de ensinar, será com um tempo um profissional antigo, ultrapassado, que não conseguirá acompanhar o ritmo da nova geração de alunos, que buca por informações ao clique de um segundo, na palma das mãos.