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Educação, inovação e avaliação!


FERRAMENTAS PARA QUEM QUER APLICAR AVALIAÇÕES DIAGNÓSTICAS, FORMATIVAS E SOMATIVAS.

No meu artigo anterior, “Os dez desafios do Design Instrucional”, destaquei a avaliação como um desses desafios. Vamos refletir um pouco sobre ele?

Pode-se ter um projeto de curso maravilhoso, seja da educação infantil ao ensino superior, treinamentos em educação corporativa, formação continuada dos mais diferentes profissionais, mas como saber se todo esse trabalho proposto e realizado, foi eficaz e atingiu os objetivos propostos? Além de atingir os objetivos propostos, como os agentes que participaram e participam desse processo pedagógico, incluindo os professores, sentem-se em relação a ele? Como essas pessoas chegaram nesse encontro e como estão saindo? Como saber se o projeto está dando certo ou precisa ser revisto, a qualquer tempo? Onde podemos encontrar essas respostas?

Constantemente, no nosso dia a dia, estamos avaliando nas mais diversas situações: situações que presenciamos, forma como somos recebidos e atendidos, em nossas casas, no trânsito, fila de um banco, ou seja, é natural do ser humano avaliar.

Avaliamos mais aspectos positivos ou negativos? Muitas pessoas até dizem: se não for uma crítica positiva, não gosto de receber. Então vemos que a avaliação está atrelada a crítica (crítica positiva/crítica negativa) e normalmente é difícil aceitar ser criticado negativamente. Mas o que isso tem haver com a avaliação sistemática, formal, realizada dentro de um sistema/processo educacional? Tem haver que somos fruto de um sistema tradicional de ensino, onde a avaliação é pautada pelo certo ou errado, sem considerar todo o exposto no primeiro parágrafo.

Mas qual conceito contemporâneo de avaliação quebra esse paradigma entre uma educação que hoje se diz construtivista, que faz (?)uso de metodologias ativas e uma avaliação classificatória? Temos várias definições, mas gosto da seguinte, por achar bem abrangente aos reais propósitos da avaliação:

“A avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação essa, que nos impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade, e acompanhamento, passo a passo, do educador, na sua trajetória de construção na qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade escolar no ato próprio da avaliação” (HOFFMANN, 2005, p.17)

Alguns dos propósitos da avaliação, de acordo com Sant´Anna (1995, p.31-32):

- é dinâmica: não é estática

- é contínua: não é terminal

- é integrada: não é isolada do ensino

- é progressiva: não é estanque

- é voltada para o aluno: não para os conteúdos

- é abrangente: não restrita a alguns aspectos da personalidade do aluno

- é cooperativa: não realizada somente pelos professores

- é versátil: não se efetiva sempre da mesma forma

Temos três tipos de avaliação: diagnóstica (determina a presença ou ausência de habilidades ou pré-requisitos), formativa ou continua (Informa professor e aluno sobre o rendimento da aprendizagem durante o desenvolvimento das atividades escolares, localiza deficiências na organização do ensino de modo a possibilitar reformulações no mesmo e aplicação de meios para recuperação do aluno) e classificatória (classifica os alunos ao fim de um semestre, ano ou curso, segundo níveis de aproveitamento).

Cada uma delas nos apresenta instrumentos: diagnóstica (teste diagnóstico, ficha de observação, instrumento elaborado pelo professor); formativa ou contínua (instrumentos especificamente planejados de acordo com os objetivos propostos: auto avaliação, prova, registro, observação, debate, pesquisa...) e classificatória (exame, prova ou teste final).

Sempre pergunto aos meus alunos, se esses três tipos de avaliação se processam juntas ou separadas. Qual a análise de vocês, que estão lendo este artigo?

Outra questão: esses instrumentos, mais utilizados no ensino presencial, podem ser adaptados no ambiente virtual de aprendizagem, ou na sala de aula presencial, utilizando-se os recursos tecnológicos? Com certeza! Vamos ver como isso é possível?

Com o apoio de páginas com material didático utilizando hipertextos, fóruns de discussão, biblioteca virtual, salas de bate papo, correio eletrônico, espaço para dúvidas e questionamentos, games, whatsapp (pode-se formar um grupo), disponibilizados na internet e também através do sítio próprio do curso (Sala Virtual), que tornam o material disponível 24 horas por dia, possibilitando ao aluno o aprendizado na hora que lhe for mais favorável.

Utilizando-se esses meios, como podemos “humanizar” o processo de avaliação?

- Partir dos conhecimentos que os alunos já possuem, respeitando as diferenças individuais;

- Apresentar problemas que gerem conflitos (ação-reflexão-ação);

- Dar importância ao desenvolvimento e não somente aos resultados;

- Aceitar o erro como intermediário do acerto;

- Conduzir o aluno a perceber seu erro e encontrar um caminho para solucioná-lo;

- Praticar a avaliação e não a verificação;

- Dar suporte aos alunos que apresentem dificuldades de aprendizagem e dificuldades na utilização do AVA;

- Fazer com que o aluno perceba que avaliação é aliada do seu processo de aquisição de conhecimento e não uma vilã;

- Estimular o aluno a praticar a auto avaliação, avaliar o curso, o professor e o professor além de avaliar seus alunos, também se avaliar. Esse ciclo avaliativo, realimentará todo o processo educativo, mantendo a proposta pedagógica sempre viva;

- Discutir com os alunos, num fórum ou presencialmente, sobre os resultados do processo avaliativo, fazendo com que todos sejam agentes ativos da relação ensino e aprendizagem.

E você, professor, tutor, instrutor, avaliador, atuando na sala de aula presencial, ambiente virtual de aprendizagem ou ensino híbrido, como tem realizado o processo de avaliação?

Profa. Ms. Márcia Moreira de Carvalho

Atuando como Consultora Educacional e Professora convidada em cursos de pós-graduação. Pedagoga e Mestre em Educação, pela Faculdade de Educação da USP

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