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Metodologias Ativas: um remix de possibilidades para uma educação inovadora

As metodologias ativas podem contribuir para uma educação inovadora com maior engajamento e participação dos envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem. Vamos iniciar este artigo pontuando o significado de metodologias ativas, eu gosto da definição que aborda que a metodologia pode ser considerada como uma “caixa de ferramentas”, onde podemos pegar a ferramenta mais adequada para a atividade, ou como no nosso caso é a educação, utilizar a estratégia ou a metodologia mais apropriada para determinado objetivo proposto. E a metodologia é ativa, pois ela é viva, em movimento, requer envolvimento e protagonismo dos participantes do processo de ensino e aprendizagem.





É importante pontuar que é uma falácia, afirmar que a metodologia ativa é “novidade”, pois ao revisitar a história, os filósofos da antiguidade como Sócrates, Platão, Aristóteles já utilizam as metodologias ativas em seus processos educativos, como a maiêutica, dialética, retórica, onde todos os sujeitos estavam envolvidos e ativos em seus processos de construção do conhecimento.


Segundo Bacich e Moran (2018), as metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida.


Para Neves (2018), estamos atravessando uma mudança de cultura, pois “a cultura da passividade: olhar, ouvir e anotar - deve ser substituída pela cultura da interatividade - analisar, debater, resolver problemas e participar ativamente”, e para que isso ocorra é imprescindível a utilização das metodologias ativas nos processos educativos propostos. Ainda segundo o autor, as metodologias ativas na aprendizagem “são mecanismos didáticos que colocam o aluno direta e ativamente no centro do processo de aquisição do conhecimento, pois concentram o ensino e a aprendizagem no “fazer para aprofundar o saber” (NEVES, 2018, p. 13).


Se refletirmos como nosso cérebro aprende, aprendemos mais quando praticamos determinada aprendizagem, segundo o psiquiatra americano William Glasser (2001), de acordo com a teoria da Pirâmide da Aprendizagem aprende-se: 10% quando lemos; 20% quando ouvimos; 30% quando observamos; 50% quando vemos e ouvimos; 70% quando discutimos com outros; 80% quando fazemos; 95% quando ensinamos aos outros, ou seja, nas atividades em que praticamos, na qual estamos ativos e interagindo com o aprendizado é quando aprendemos de maneira mais significativa.


Portanto, cada professor precisa ter bem claro seus objetivos, propor atividade de maneira que os estudantes envolvidos possam ser os protagonistas em seu processo de aprendizagem. Para subsidiar o planejamento e as práticas dos professores temos uma gama de possibilidades de Metodologias Ativas, tais como:



  • Sala de aula invertida

  • Mapas conceituais

  • Aula expositiva dialogada

  • Discussão e debates

  • Portfólio

  • Dramatização ou Role Play

  • Seminários

  • Aprendizagem baseada em problemas

  • Aprendizagem baseada em projetos

  • Problematização

  • Rodas de conversa

  • Estudo de Caso

  • Tempestade cerebral

  • Trabalhos em grupos

  • Think-Pair-Share

  • Peer Instruction

  • Design Thinking

  • Método 300

Entre tantas outras.


Cada metodologia uma irá ser adequada dependendo do objetivo e planejamento para a atividade proposta, ou seja, tudo deve ter a intencionalidade. Dessa forma, os professores precisam romper o paradigma da educação bancária apontada por Paulo Freire, na qual os professores são considerados como os detentores do conhecimento, e os estudantes como simples receptores, onde os professores “depositam os seus conhecimentos”.


Com a adoção das metodologias ativas na prática docente, o professor passa a ser o mediador do conhecimento e os estudantes protagonistas do seu processo de aprendizagem. Portanto professor, não hesite em buscar por novas experiências educacionais, planeje, teste, avance e inove em seus processos didáticos!


Para encerrar este artigo, mas, com perspectivas de futuro… com as palavras do autor Romero Tori (2017, p. 27) “A Escola que vislumbro deve ser não apenas “sem distância”, mas também “sem limites”. Sem barreiras entre teoria e prática, entre real e virtual, entre presente e distante, entre disciplinas, entre níveis, entre diferentes culturas, entre possível e impossível. O aluno poderá montar seu cardápio de atividades, poderá escolher quais deseja fazer virtualmente, in loco ou em formato híbrido. A aprendizagem ativa será a base de tudo”.


Dessa forma, desejo que este artigo contribua para que os docentes reflitam sobre os seus processos de ensino-aprendizagem e possam vislumbrar assim também o futuro exitoso e inovador na educação!




Referências Bibliográficas:


BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.


GLASSER, William. Teoria da Escolha: uma nova psicologia de liberdade pessoal. São Paulo: Mercuryo, 2001.


MATTAR, João. Metodologias Ativas: para a educação presencial, blended e a distância. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017.


NEVES, V. J. das. MERCANTI, L. B. LIMA, M. T. Metodologias Ativas: perspectivas teóricas e práticas no ensino superior. Campinas, SP: Pontes Editores, 2018.


TORI, Romero. Educação sem distância: as tecnologias interativas na redução de distância em ensino e aprendizagem. São Paulo: Artesanato Educacional. 2017.





Graduada em Pedagogia e Administração, especialista em Gestão do Trabalho Pedagógico e mestre em Gestão Integrada do Território. Atuante na coordenação, planejamento, desenvolvimento e implementação de projetos pedagógicos de cursos presenciais e a distância. Possui experiência em orientação didático-pedagógica e no design instrucional de metodologias ativas, colaborativas e criativas para a EaD. Profissional com sólida experiência em Gestão Educacional.



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